terça-feira, 17 de abril de 2007

Posso até tentar esquecer que quero lembrar que quero entender...


O que corre nas minhas veias é o sangue envenenado com o tempo, são resquícios do que seria algo genial e comparativo, é uma vivência covarde de enfrentar a vida, o amor e a desilusão.
Quando o som toca os pecados trançados do meu peito eu me recorro a simples devaneios da minha mente, uma prisão que me revoga pra dentro de uma caixa que o lacre não tem como ser aberto e passam horas, dias, anos e até séculos pra perceber-me do que fiz comigo mesmo.
Minha mente é seletiva pra fatos que me interessam, acho que em todas as mentes são assim. Eu recorro dos artifícios mais banais que se possa existir, troco as ordens das frases de determinadas coisas pra não ter que me esforçar a entendê-las. Guardo lembranças numa espécie de baú, que quando abro, sinto o calor e o temor do que deixei pra trás. O meu tempo para, com determinadas ações ou acontecimentos. Acho até que são atos do meu oficio, acumular tudo num gravador interno e empilhar as fitas numa prateleira e naquele dia necessário sair à procura da tal coisa. Mas o que seria essa tal coisa? O que essa coisa iria mudar no meu eu? Eu poderia até responder, existem várias respostas, poderia listá-las aqui como num passe de mágica, no entanto todas mentidas e de mentiras já basta.
A verdade é que existem coisas que desejamos e outras coisas que não desejamos isso é só uma questão de escolha. Mas será que eu tenho escolha? Essa é uma boa pergunta, já me fiz varias vezes, já tentei me analisar e imaginar como eu seria se fosse diferente, mas não pensem que eu queria ser diferente, pelo contrário, estou muito bem assim e obrigado. Só que eu ainda tenho a cruel curiosidade de entender muitas coisas. Posso até tentar, esquecer que quero lembrar que quero entender, então acabo chegando ao mesmo ponto que parei o início e sair desse inicio nunca é fácil, você passa horas e horas dialogando consigo tentando criar seu melhor argumento pra começar de novo, tenta achar razões e explicações do que é aquilo, e nunca acha, só encontra mais dúvidas, dúvidas e dúvidas. Por isso decidi não ter mais dúvidas e quando sentir que não sei do que se trata ai que irei à luta. Chega de argumentos falsos, só me embasarei em algo daqui pra frente se tiver um pouco de sanidade, porque ser insano é o momento eterno que ocorre na minha vida.
Às vezes eu penso (não sei se você pensa o mesmo, porque a gente pensa que é só a gente que pensa as coisas), por que razão eu preciso tanto entender, por que eu não deito no meu travesseiro todas as noites e sonho com carneirinhos, mas não, vocês têm que tirar o meu sono, seus pensamentos estúpidos. E o que fazer quando não se pode dormir? Isso também é uma questão de escolha, você pode ir pelo lado mais difícil ou pelo mais fácil, o mais difícil tem que ter disposição de tempo e o prazer demora um pouco, já o mais fácil tem alivio imediato, no entanto você nunca mais vai lembrar do pensou antes do prazer. O que você escolheria? Eu escolho o mais o difícil, explicarei então, porque o mais fácil você pode executá-lo a qualquer momento do dia e não precisa de acumulações de idéias. Já o mais difícil só pode ocorrer quando seus pensamentos estão quase no limite.
Só um momento preciso de um cigarro é rápido então as informações somem igual à fumaça quando encontra o ar. Eu disse tanto, tentei me explicar o máximo possível, mas se eu não entendi, imagina você. Mesmo com muitos obstáculos vou tentar concluir, e ai vai, preste atenção, não vou repetir. A conclusão é que, por mais que eu me esforce e coloque todos os pontos nos is, para chegar até a conclusão terei que passar por um processo complexo, mas como eu conseguiria chegar até o fim se não consigo sair nem do começo? Isso eu não sei explicar, o que eu sei é que se eu tento fazer algo já é um bom começo, vou esvaziando um pouco minha memória e os pensamentos ficam menos confusos, no entanto creio eu que um dia eu conseguirei ser como você, já estou ansioso, terei escolhas, escolhas certas, terei tudo o que mais venero no momento, mas agora só quero viver, viver pensando no dia de morrer e não precisar mais tentar entender o porque.

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